29/07/2011

testamento de São Francisco

1. Foi assim que o Senhor me concedeu a mim, Frei Francisco, iniciar uma vida de penitência: como estivesse em pecado, parecia-me deveras insuportável olhar para leprosos.

2. E o Senhor mesmo me conduziu entre eles e eu tive misericórdia com eles.

3. E enquanto me retirava deles, justamente o que antes me parecia amargo se me converteu em doçura da alma e do corpo. E depois disto demorei só bem pouco e abandonei o mundo.

4. E o Senhor me deu tanta fé nas igrejas que com simplicidade orava e dizia:

5. "Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo aqui e em todas as vossas igrejas que estão no mundo inteiro, e vos bendizemos porque por vossa santa cruz remistes o mundo".

6. E o Senhor me deu e ainda me dá tanta fé nos sacerdotes que vivem segundo a forma da santa Igreja Romana, por causa de suas ordens, que, mesmo que me perseguissem, quero recorrer a eles.

7. E se tivesse tanta sabedoria quanta teve Salomão e encontrasse míseros sacerdotes deste mundo - na paróquias em que eles moram não quero pregar contra a vontade deles.

8 E hei de respeitar, amar e honrar a eles e a todos os outros como a meus senhores.

9. Nem quero olhar para o pecado deles porque neles reconheço o Filho de Deus e eles são os meus senhores.

10. E procedo assim porque do mesmo altíssimo Filho de Deus nada enxergo corporalmente neste mundo senão o seu santíssimo corpo e sangue, que eles consagram e somente eles administram aos outros.

11. E quero que estes santíssimos mistérios sejam honrados e venerados acima de tudo em lugares preciosos.

12. E onde quer que encontre em lugares inconvenientes os seus santíssimos nomes e palavras escritos, quero recolhê-los e peço que sejam recolhidos e guardados em lugar decente.

13. E devemos honrar e respeitar todos os teólogos e os que nos ministram as santíssimas palavras divinas como a quem nos ministra espírito e vida.

14. E depois que o Senhor me deu irmãos ninguém me mostrou o que eu deveria fazer, mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu devia viver segundo a forma do santo Evangelho.

15. E eu o fiz escrever com poucas palavras e de modo simples e o Senhor Papa mo confirmou.

16. E os que vinham para abraçar este gênero de vida distribuíam aos pobres o que acaso possuíam. E eles se contentavam com uma só túnica remendada por dentro e por fora, com um cíngulo e as calças.

17. E mais não queríamos ter.

18. Nós clérigos recitávamos o oficio divino como os demais clérigos; os leigos diziam os pai-nossos. E gostávamos muito de estar nas igrejas.

19. Éramos iletrados e nos sujeitávamos a todos. E eu trabalhava com as minhas mãos e quero trabalhar.

20. E quero firmemente que todos os outros irmãos se ocupem num trabalho honesto.

21. E os que não souberem trabalhar o aprendam, não por interesse de receber o salário do trabalho mas por causa do bom exemplo e para afastar a ociosidade.

22. E se acaso não nos pagarem pelo trabalho vamos recorrer à mesa do Senhor e pedir esmola de porta em porta.

23. Como saudação, revelou-me o Senhor que disséssemos: "O Senhor te dê a paz".

24. Evitem os irmãos aceitar, sob qualquer pretexto, igrejas, modestas habitações e tudo o que for construído para eles se não estiver conforme com a santa pobreza que prometemos pela Regra, demorando nelas sempre como forasteiros e peregrinos.

25. Mando severamente sob obediência a todos os irmãos, onde quer que estejam, que não se atrevam a pedir à Cúria Romana algum rescrito, nem por si nem por pessoa intermediária, em favor duma igreja ou de outro lugar qualquer, nem sob o pretexto de pregação, nem por causa de perseguição corporal.

26. Ao contrário, sempre que não forem aceitos em alguma parte, fujam para outra terra para ali fazer penitência com a bênção de Deus.

27. E quero firmemente obedecer ao ministro geral desta fraternidade e ao guardião que lhe aprouver dar-me.

28. E de tal modo quero estar como prisioneiro em suas mãos que fora da obediência a ele ou contra sua vontade eu não possa ir a parte alguma nem empreender nada, porque ele é o meu senhor.

29. E embora eu seja simples e enfermo quero contudo ter sempre junto de mim um clérigo que reze comigo o oficio segundo manda a Regra.

30. E todos os outros irmãos estejam obrigados a obedecer de igual modo aos seus guardiães e a rezar o oficio segundo manda a Regra.

31. E se acaso houver quem não reze o ofício segundo o preceito da Regra e introduzir um modo diferente ou não seja católico, todos os irmãos, onde quer que estiverem e acharem um deles, são obrigados sob obediência a levá-lo ao custódio mais próximo do lugar onde o tiverem encontrado.

32. E o custódio esteja gravemente obrigado sob obediência a mantê-lo sob guarda severa como prisioneiro, dia e noite, de modo que não possa escapar de suas mãos, até que o entregue pessoalmente às mãos de seu ministro.

33. Também o ministro esteja gravemente obrigado sob obediência a enviá-lo por tais irmãos que o guardem dia e noite como um preso, até que o apresentem ao senhor de Óstia, que é o senhor, protetor e corretor de toda a fraternidade.

34. E não digam os irmãos: "Isto é uma outra Regra", porque isto é uma recordação, uma admoestação, uma exortação e meu testamento, que eu, Frei Francisco, o menor de todos, deixo para vós, meus irmãos benditos a fim de que possamos observar mais catolicamente a Regra que prometemos ao Senhor.

35. E o ministro geral e todos os demais ministros e custódios estejam obrigados sob obediência a nada acrescentar a estas palavras nem tirar coisa alguma.

36. E tenham sempre consigo este escrito, junto à Regra.

37. E em todos os capítulos que fizerem, leiam também estas palavras quando lerem a Regra.

38. E ordeno severamente sob obediência a todos os irmãos, clérigos e leigos, que não façam glosas à Regra nem a estas palavras dizendo:

39. "Assim é que devem ser entendidas". Mas como o Senhor me concedeu dizer e escrever de modo simples e claro a Regra e estas palavras, assim as entendais, com simplicidade e sem comentário, e observai-as com santo fervor até o fim.

40. E todo aquele que as observar seja no céu cumulado com a bênção do altíssimo Pai, e seja cumulado na terra com a bênção de seu dileto Filho em unidade com o Espírito Santo Paráclito, com todas as virtudes do céu e todos os santos.

41. E eu, Frei Francisco, o menor de vossos servos, vos confirmo, quanto posso, interior e exteriormente, esta santíssima bênção. Amém.

21/07/2011

A Divina Misericórdia

  Começarei a postar novamente aqui mas agora com um objectivo tornar conhecida a Divina Misericórdia! o blog faz parte de um projecto que visa ajudar pobres e doentes a encontrar alivio a suas dores.
  Que tal então começar a conhecer a historia da Divina Misericórdia? bem para conhecer a Divina Misericórdia é preciso conhecer a discipula da misericórdia santa Faustina, pois ela recebeu de nosso Senhor a ordem de escrever suas visões sobre a Misericórdia de Cristo, eis aqui trechos de seus diários escritos ao longo de sua vida, esses diários contem tudo que Jesus revelou a santa Faustina.


DIÁRIO DE SANTA FAUSTINA
Diário foi redigido por ordem expressa do Senhor.
Diz o Senhor à Ir. Faustina:
“Tua tarefa é escrever tudo que te dou a conhecer sobre a minha Misericórdia para o proveito das almas, as quais lendo estes escritos, experimentarão consolo na alma e terão coragem de se aproximar de mim. E, por isso, desejo que dediques todos os momentos livres a escrever.” (Diário 1693).
Que possamos seguir os passos de Ir. Faustina, lembrando que  todas as almas e, em especial, as afastadas de Deus e que estão no desespero, que Jesus espera-as com a sua infinita misericórdia.
Vamos repetir com  Ir. Faustina as palavras dirigidas a Jesus:
“O meu maior desejo é que as almas conheçam que Vós sois a sua felicidade eterna, que creiam na Vossa bondade e glorifiquem para sempre a vossa misericórdia” (D. 305).

O fundamento da Divina Misericórdia é a confiança. Somos como vasos de misericórdia e o quanto de misericórdia estes vasos irão armazenar e distribuir para os outros, depende da nossa confiança. E a confiança requer conversão do nosso coração e de nossa alma para entendermos a Misericórdia de Deus, sermos misericordiosos com os outros, e para deixarmos Deus dirigir nossas vidas.
Confiar em Deus é fácil quando as coisas vão bem, contudo, em tempos de provação, sofrimento, dúvida, fraqueza e ansiedade, começamos a imaginar “onde está Deus?” “Ele realmente existe?”
Se rezamos e acreditamos que estamos fazendo a Sua vontade, então devemos pedir com força e firmeza na fé. A confiança é a chave para se viver a Divina Misericórdia. Quando nossa fé é testada em tempos de provação e sofrimento, reflitamos no que Jesus falou para Santa Faustina:
“Quanto mais a alma confiar, tanto mais receberá.” (D. 1577).
Repetidamente Jesus enfatizou que agora é o dia da misericórdia, antes da vinda do dia do julgamento. Agora é o tempo da preparação para a vinda do Senhor. “Escreva isto” - disse Nosso Senhor à ela:
Antes de vir como justo Juiz, venho como Rei da Misericórdia…  (Diário de Santa Faustina, 83).
Coloquem a esperança na Minha misericórdia os maiores pecadores. Eles têm mais direito do que outros à confiança no abismo da Minha misericórdia. (…) A estas almas concedo graças que excedem os seus pedidos. (D. 1146).
Todos os dias na Hora da Misericórdia - 15 horas - rezamos o Terço da Divina Misericórdia aqui na Canção Nova. Se possível, una-se conosco nesta oração, mesmo que espiritualmente.
Três horas da tarde tem especial significado, porque foi a hora em que Nosso Senhor morreu por nós. Enquanto reflectia nesta hora, o centurião romano Logino (hoje São Longuinho) se deu conta de quem era Jesus. Logino foi aquele que atirou a lança no lado de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Apóstolo São João escreveu em seu Evangelho : “Chegando a JESUS e vendo-O morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados transpassou-Lhe o lado com a lança e imediatamente saiu sangue e água”. (Jo 19,33-34)
A Hora da Misericórdia
Sabemos que Nosso Senhor quer que  sempre rezemos e imploremos por misericórdia para o mundo. Ele deu à Santa Faustina uma ordem especial sobre as três horas da tarde:
 “Às três horas da tarde, implora à Minha misericórdia especialmente pelos pecadores e, ao menos por um breve tempo, reflete sobre a Minha Paixão, especialmente sobre o abandono em que Me encontrei no momento da agonia. Esta é a Hora de grande misericórdia para o Mundo inteiro. Permitirei que penetres na Minha tristeza mortal. Nessa hora nada negarei à alma que Me pedir pela Minha Paixão.” (D. 1320).
Em outra ocasião, Jesus Misericordioso disse:
 “Lembro-te, Minha filha, que todas as vezes que ouvires o bater do relógio, às três horas da tarde, deves mergulhar toda na Minha misericórdia, adorando-A e glorificando-A. Implora a onipotência dela em favor do Mundo inteiro e especialmente dos pobres pecadores, porque nesse momento foi largamente aberta para toda a alma. Nessa hora, conseguirás tudo para ti e para os outros. Nessa hora, realizou-se a graça para todo o Mundo: a misericórdia venceu a justiça. Minha filha, procura rezar, nessa hora, a Via-sacra, na medida em que te permitirem os teus deveres, e se não puderes fazer a Via-sacra, entra, ao menos por um momento na capela e adora o Meu Coração, que está cheio de misericórdia no Santíssimo Sacramento. Se não puderes sequer ir à capela, recolhe-te em oração onde estiveres, ainda que seja por um breve momento. Exijo honra à Minha misericórdia de toda criatura, mas de ti em primeiro lugar, porque te dei a conhecer mais profundamente esse mistério” (D. 1572).
Ele também pediu que  rezássemos o Terço da Divina Misericórdia frequentemente. Na verdade, Jesus Misericordioso disse à Santa Faustina:
“Recita, sem cessar, este Terço que te ensinei” (D. 687).

“Minha filha, observa fielmente as palavras que te digo: não dês demasiado valor a nenhuma coisa exterior, ainda que te pareça muito preciosa.
Abandona-te a ti mesma e permanece continuamente Comigo.
Confia tudo a Mim e não faças nada por tua conta, e terás sempre grande liberdade de espírito; e nenhuma circustância nem acontecimento conseguirão perturbar-te.
Não prestes muita atenção às palavras dos homens, deixa que cada um te julgue como quiser. Não te justifiques, que isso em nada te prejudicará.
Entrega tudo ao primeiro sinal de exigência, ainda que sejam as coisas mais necessárias.
Não peças nada sem pedir o Meu conselho. Permite que te tiram até aqui a que tens direito: o reconhecimento, o bom nome; que o teu espírito se eleve acima de tudo isso. E, assim, liberta de tudo, descansa junto do MEU Coração. Não permitas que alguma coisa perturbe a tua PAZ.
Discípula, reflete sobre essas palavras que te disse.”

“ Minha Filha, fica sabendo que os maiores obstáculos à santidade são o desânimo e a inquietação infundada.
Eles te impedem de praticar a virtude. Todas as tentações juntas não deveriam, nem por um momento, perturbar a tua paz interior.
Não devem nunca desanimar-te,  mas esforçar-te para que em lugar do amor próprio possa reinar o Meu amor. Portanto, TEM CONFIANÇA, Minha Filha; não deves desanimar. Vem buscar o Meu perdão, pois Eu estou sempre pronto a te perdoar. Quantas vezes Me pedirdes o perdão, tantas vezes glorificarás a Minha misericórdia.”

Pedi hoje, ao Senhor que se dignasse instruir-me sobre a vida interior, porque por mim mesma não posso compreender nem pensar nada de perfeito. E o Senhor me respondeu: Fui teu Mestre, sou e serei. Procura fazer com que o teu coração se assemelhe ao Meu Coração manso e humilde. Não reclames nunca os teus direitos. Suporta todas as vicissitudes da vida com grande serenidade e paciência. Não te defendas, quando toda a vergonha recair sobre ti inocentemente. Permite que triunfem os outros. Não deixes de ser boa quando perceberes que estão abusando de tua bondade. Quando for necessário, Eu mesmo reclamarei por ti. Sê grata pela menor graça Minha, porque essa gratidão Me obriga a conceder-te novas graças ( D.1701).

Jesus da Divina Misericórdia
O Apóstolo Paulo, na carta aos Efésio (Ef 4, 27 ss), dá um conselho aos discípulos de Jesus: “Que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento” E continua: “Afastai de vós toda amargura, paixão, cólera, gritos, insultos e qualquer tipo de maldade. Sede amáveis e compassivos uns para com os outros. Perdoai-vos, como Deus vos perdoou em atenção a Cristo”.
Em outras palavras, Paulo sugere a misericórdia em vez do rancor e do ódio.
Um jovem cometeu um crime e foi condenado à morte. Antes de sentar na cadeira elétrica, ele perguntou: “A mãe veio me ver”? O advogado respondeu: “Não”. O condenado voltou a perguntar: “Alguém de minha família está aqui”? E o advogado: “Ninguém”. Então o jovem disse: “Ao menos meu advogado está comigo. Agradeço de coração”. E morreu.
Jesus fez o contrário. Pendurado entre o céu e a terra, entre dores lancinantes, encheu-se de misericórdia e disse: “Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23, 34). Superou o sentimento de vingança e de rancor. Sua vinda até nós foi só por amor.
Um amigo foi ofendido. Ele meditou sobre o caminho do Evangelho e decidiu: Vou deixar por isto mesmo. Achei bem evangélico: ele não quis acrescentar ódio ao ódio. Venceu o rancor dentro dele mesmo. A misericórdia venceu.

Obras de Misericórdia

 
 

1- Dar de comer a quem tem fome.    
2- Dar de beber a quem tem sede.   
3- Vestir os nus.                                      
4- Dar pousadas aos peregrinos.            
5- Assistir os enfermos.
6- Visitar os presos.
7- Enterrar os mortos.

Espirituais  
1- Dar bom conselho.
2- Ensinar os ignorantes.
3- Corrigir os que erram.
4- Consolar os tristes.
5- Perdoar as injúrias.
6- Sofrer com paciência as fraquezas do próximo.
7- Rogar a Deus por vivos e defuntos.                 

Corporais