23/01/2011

Exortai com vossa vida a caridade!

    Que soi vós? o queres aqui? por que prucuras o que não encontrará aqui? até quando vosso corações estaram duros sem ver a verdadeira vivencia em Cristo? enchei o corações de simplecidade por que assim viveu o Cristo se engana quem pensa que o Senhor é uma mina que ira multiplicar dinheiro pelo contrario Ele é o Senhor da pobrezao propio nos exorta a caridade, Deus é contemplação não acharas Ele se não o contemplares, sejam como os fieis da China que por motivo ne um deixa seu Senhor! alimentados pela fome de justiça eles crecem cada dia mas em população e em espirito.Façais como os nossos santos se confessai varias vezes, comungai varias vezes, pagai vossa penitencia dai esmola inde e vivei a pobreza não quereis muitos lucros pois dão prejuisos ao espirito vivencia a vida que S Francisco propoe vivais em Cristo.
    Quanto a vós sacerdotes incredulos corronpeste a igreja tu que és sabio das escrituras, o que pretendes com isso? sabeis tu que só ganhará a morte ! ate quando vivereis em teu luxo se banqueteando comendo em fartura pois eu te digo comes com fartura hoje por que teu futuro e de fome e muita fome, teu veste com se fosse um rei como se a vida fosse festa, veste se assim agora por teu futuro será andar nu sobre a face da terra, deixai essas coisas para o Papa que pode desfruta de tal coisa e mesmo assim ele deve também viver na pobresa conserva o que vem de Cristo, festejai agorapor que é tempo mas e depois será tempo?não eu vós afirmo!quem não vive hoje o futuro de pobreza não passará fome em tempos de pouca comida por que Deus será bom e nos dará comida.
   E vós bispo o que andas pregando? fala tu do santo evangelho ao das obras que tu fazes em tua diocese toma cidado pois tu não é politico em palanque, pregai a fé que veio dos Apostolos esse e teu trabalho,deixai de ser criatura orgulhosas não sejai como aqueles que deixaram a igreja ele são serpentes venenosas cobras que ao de te devora em teu orgulho, esse tem o poder conferido do inimigo ele sabem da mintira que prega são demonios vestido de anjos por tal atitude tu  deves ser probe viva a mendigancia seja servo de Deus saiam dos andores que são de vós, vão decendo dos altares por que eles pertecem ao Senhor e seus santos, bandos de cobras não respeitam ne o teu mestre pois saibam convertam se e Ele os poupara, o fim não está procimo como imgina é preciso que essa raça sofra e se converta para que Crist venha fica conosco Senhor por que a noite ja vem!

20/01/2011

Confissão de um mendigo


ORAÇÃO
Pedindo graças pela intercessão do Servo de Deus

PAPA JOÃO PAULO II
Deus, Santíssimo Traindade, nós vos agradecemos por ter dado à Igreja o Papa João Paulo II e fazer resplandecer nele a vossa paternal bondade, a glória da cruz de Cristo e a claridade do Espírito de amor. Ele, tendo confiado plenamente em vossa misericórdia e na maternal intercessão de Maria, foi para nós uma Imagem de Jesus, o Bom Pastor. Mostrou-nos a santidade que, qual medida da vida Cristã, foi o caminho seguro a percorrer para chegar à união eterna com Deus. Por sua intercessão, concedei-nos, de acordo com Vossa Vontade, a graça que pedimos, com firme confiançã que ele seja incluído no número dos Vossos Santos. Amém.


Com aprovação da Autoridade da Igreja. Cardeal Camillo Ruini, Vigário Geral do Papa para a Diocese de Roma. Para informação de graças recebidas dirigir-se à Postulação de Causas de Beatificação e Canonização do Servo de Deus Papa João Paulo II
Piazza S. Giovanni in LATERANO 6/a – 00184 – Roma

Confissões de um mendigo

Um sacerdote norte americano da diocese de Nova York se dispunha a rezar em uma das paróquias Roma quando, ao entrar, se encontrou com um mendigo. Depois de observá-lo durante um momento, o sacerdote se deu conta de que conhecia aquele homem. Era um companheiro do seminário, ordenado sacerdote no mesmo dia que ele. Agora mendigava pelas ruas.

O padre, depois de identificar-se e cumprimentá-lo, escutou dos lábios do mendigo como tinha perdido sua fé e sua vocação. Ficou profundamente estremecido. No dia seguinte o sacerdote vindo de Nova York tinha a oportunidade de assistir à Missa privada do Papa e poderia cumprimentá-lo no final da celebração, como é de costume. Ao chegar sua vez sentiu o impulso de ajoelhar-se frente ao Santo Padre e pedir que rezasse por seu antigo companheiro de seminário, e descreveu brevemente a situação ao Papa.

Um dia depois recebeu o convite do Vaticano para cear com o Papa, e que levasse consigo o mendigo da paróquia. O sacerdote voltou à paróquia e comentou a seu amigo o desejo do Papa. Uma vez convencido o mendigo, o levou a seu lugar de hospedagem, ofereceu-lhe roupa e a oportunidade de assear-se.

O Pontífice, depois da ceia, indicou ao sacerdote que os deixasse a sós, e pediu ao mendigo que escutasse sua confissão. O homem, impressionado, respondeu-lhes que já não era sacerdote, ao que o Papa respondeu:”uma vez sacerdote, sacerdote para sempre”. “Mas estou fora de minhas faculdades de presbítero”, insistiu o mendigo. “Eu sou o Bispo de Roma, posso me encarregar disso”, disse o Papa.

O homem escutou a confissão do Santo Padre e pediu-lhe que por sua vez escutasse sua própria confissão. Depois dela chorou amargamente. Ao final João Paulo II lhe perguntou em que paróquia tinha estado mendigando, e o designou assistente do pároco da mesma, e encarregado da atenção aos mendigos.

Papa João Paulo II ;Rogai por nós!

”Senhor o que queres que eu faça?”

    
    Acho que é essa pergunta que pretendo responder, buscando resposta para a pergunta que todos os vocacionados fazem! Senhor o que queres de mim? Desejo encontrar na ordem a realização da vontade de Deus.
    Confesso que não era bem o que imaginava, mas ao decorre dos encontros acabei por me apaixonar pelo estilo de vida que a ordem propõe, me identifique com a vida de oração, com o trabalho e em especial com a vida de eremitério, pelo motivo de que se pode ter um contato maior com Deus comtemplar o que a de melhor, a vida de oração e silêncio. Posso assim dizer que a cada dia que passa posso me imaginar dentro da ordem, fazer planos para o futuro é bem simples, mas tudo muda.
    Quero ser frade pela vida simples de oração e missão, viver ao pé da letra como Francisco viveu, imitar Jesus, conhecer Jesus, amar Jesus, saber que o Cristo tem algo há mais do que simples missão para mim. Embora seja tão franco encontro forças naquele que é a razão de todo este esforço. Parece até loucura viver assim sem nada, mas é o que me faz feliz o que me deixa na perfeita alegria e não me vejo em outro lugar que não seja este, na pura presença de Deus! Posso está errado, mas é o que acho ser frade é ser completamente Filho da pobreza irmão de toda criação é se entregar ao amor de Cristo.
   “Posso em fim me entregar ao amor e responder com o trabalho” isso são os meus planos de vida, viver cada segundo na presença real de Deus. Compreender que é me abandonando na ternura de Cristo que eu o encontrarei levantar de manhã e poder dize que sou feliz por ser frade, por viver segundo o evangelho doando a vida como pura prova de amor. Não quero ser apenas, mas um, quero fazer a diferença sendo sinal constante do amor de Deus mostra que Ele pode ser um refugio na fé.
    Poder encontra diante do altar Deus que se faz presente na espécie de pão e vinho, reder a Cristo todo o meu louvor, saber então que é ali! Que sou perfeito sendo fiel aos ensinamentos de Cristo e de Francisco quero encontra o amor perfeito aquele ao qual nenhum outro valor se iguala. “A quem irei se tu tens palavra de vida” a quem posso recorre se não a Jesus viver como Ele viveu ensina segundo os seus ensinamentos, planejar segundo os seus planos, amor segundos o seu amor, buscando assim cada dia um pedaço de mim que ainda não encontrei e no final de tudo poder dizer: hoje eu sou completo! Nada falta em mim!
    Os planos que fazemos aqui são como escreve em uma folha em branco, quando terminamos as colocamos em um lugar qualquer até que venha uma traça e as comam todas sem sobra nem uma, assim podemos presumi que fazer planos é escreve um caderno que no fim será devorado pelo fato de não podermos realizar todos” (escrito medieval)
    A vocação por se só já é um plano de vida, ela é responsável por cada decisão que vou tomar, penso em cada passo que vou dar para não prejudicar minha vocação, penso no futuro no que ira acontecer se eu fizer algo errado, penso em cada consequência que aquela decisão vai causar, penso que os planos que faço tem sempre um centro, realizar o desejo de ser frade. É preciso ser apaixonado para seguir tal caminho sem questiona, é um simples ato de mostra o que verdadeiramente somos.
 “Amai vossa vocação é por ela que Deus vos quer salvar” assim nos faz entender S. Marcelino que nossa vocação é canal de graça não só para nós mas para todos que nos rodeia, sendo assim o nosso quero fica apenas em nossa concepção por que afinal Cristo é que tem planos para nós e assim Ele planeja por nós sendo seu principal plano salvar a nós mesmos e a nosso irmão. “A minha vocação é semente que um dia plantas- te dentro de mim” deste modo só há um querer o de realizar os planos de Deus, colocar o meu querer entre Deus e eu seria corrompe o que Cristo criou, “Recebe Senhor minha vida como prova viva de amor” é o mas puro desejo que tenho, desse modo compreendo que a um só plano o de Cristo e se os meus desejos não correspondem aos de Cristo não é isso que Ele quer para mim. Por fim só penso em uma coisa responde ao chamado de Deus.

Vocacionado: Lucas
Local: Caruar 

S Epifanio e os ultimos dias da S,s virgem Maria


Santo Epifanio (+403) – Grande batalhador contra heresias. Natural da Palestina, homem culto, foi superior de uma comunidade monástica em Euleterópolis (Judéia) e depois Bispo de Salamina, na Ilha de Chipre, foi defensor da Virgindade Perpétua de Maria
«Voltando-se o Senhor, viu o discípulo a quem amava
e lhe disse, a respeito de Maria: ‘Eis aí tua Mãe’;
e então à Mãe: ‘Eis aí teu filho’»
(Jo 19,26).
Ora, se Maria tivesse filhos, ou se seu esposo ainda estivesse vivo, por que o Senhor a confiaria a João, ou João a ela? Mas, e também por que não a confiou a Pedro, a André, a Mateus, a Bartolomeu? Fê-lo a João, por causa de sua virgindade. A ele foi que disse: “Eis aí tua mãe”.
Não sendo mãe corporal de João, o Senhor queria significar ser ela a mãe ou o princípio da virgindade: dela procedeu a Vida. Nesse intuito dirigiu-se a João, que era estranho, que não era parente, a fim de indicar que sua Mãe devia ser honrada. Dela, na verdade, o Senhor nascera quanto ao corpo; sua encarnação não fora aparente, mas real. E se ela não fosse verdadeiramente sua mãe, aquela de quem recebera a carne, e que o dera à luz, não se preocuparia tanto em recomendá-la como a sempre Virgem. Sendo sua Mãe, não admitia mancha alguma na sua honra e no admirável vaso de seu corpo.
Mas prossegue o Evangelho: “e a partir daquele momento, o discípulo a levou consigo”.
Ora, se ela tivesse esposo, casa e filhos, iria para o que era seu, não para o alheio.
Temo, porém, que isso de que falamos venha a ser deturpado por alguns, no sentido de que pareça estimulá-los a manter as mulheres que dizem companheiras e diletas – coisa que inventaram com péssima intenção.
Com efeito, ali (no caso de João e da Santíssima Virgem) tudo foi disposto por uma providência especial, que tornava a situação desligada das obrigações comuns que, conforme a lei de Deus, se devem observar. Aliás, depois daquele momento em que João a levou consigo, não permaneceu ela longamente em sua casa.
Se alguém julgar que estamos laborando em erro, pode consultar a Sagrada Escritura, onde não achará a morte de Maria, nem se foi morta ou não, se foi sepultada ou não. E quando João partiu para a Ásia, em parte alguma está dito que tenha levado consigo a santa Virgem: sobre isso a Escritura silencia totalmente, o que penso ocorrer por causa da grandeza transcendente do prodígio, a fim de não induzir maior assombro às mentes.
Temo falar nisso e procuro impor-me silêncio a este respeito. Porque não sei, na verdade, se podem achar indicações, ainda que obscuras, sobre a incerta morte da santíssima e muito bem-aventurada Virgem. Pois de um lado temos a palavra, proferida sobre ela: “uma espada transpassará tua alma, para que sejam revelados os pensamentos de muitos corações” (Lc 2,35). De outro lado, todavia, lemos no Apocalipse de João (Ap 12), que o dragão avançou contra a mulher, quando dera à luz um varão; e que foram dadas a ela asas de águia, de modo a ser transportada para o deserto, onde o dragão não a alcançasse. Isso pode ter-se realizado nela. Embora eu não o afirme totalmente. Nem digo que tenha ficado imortal nem posso afirmar que tenha morrido. A Sagrada Escritura, transcendendo aqui a capacidade da mente humana, deixa a coisa na incerteza, em atenção ao Vaso exímio e excelente, de sorte que ninguém lhe atribua alguma sordidez própria da carne. Portanto, se ela morreu, não sabemos. E mesmo que tivesse sido sepultada, jamais teve comércio carnal: longe de nós essa blasfêmia! Quem ousaria, em furor de loucura, impor esse opróbrio à santa Virgem, erguendo contra ela a voz, abrindo a boca para uma afirmação assim nefanda, ao invés de lhe entoar louvores? quem iria desonrar assim o Vaso digno de toda honra?
Foi a ela que prefigurou Eva, ao receber o título, um tanto misterioso, de mãe dos viventes (Gn 3,20). Sim, porque o recebeu depois de ter escutado a palavra: “tu és terra e à terra hás de tornar”, isto é, depois do pecado.
Numa consideração exterior e aparente, dir-se-ia que de Eva derivou a vida de todo o gênero humano, sobre a terra. Mas na verdade é de Maria que deriva a verdadeira vida para o mundo, é ela que dá à luz o Vivente, ela a Mãe dos viventes. Portanto, o título de “mãe dos viventes” queria indicar, na sombra e na figura, Maria.
Com efeito, não se aplica, porventura, às duas mulheres aquela palavra: “quem deu a sabedoria à mulher, quem lhe deu a ciência de tecer?” (Jo 18,36)
Eva, a primeira mulher sábia, teceu vestes visíveis para Adão, a quem despojara. Fora condenada ao trabalho. Já que tinha sido responsável pela nudez dele, precisou confeccionar a veste que cobrisse essa nudez externa, que cobrisse o corpo exposto aos sentidos.
A Maria, porém, coube vestir o cordeiro e” ovelha; com cujo esplendor e glória, como se fora uma lã, foi confeccionada sabiamente para nós uma veste, na virtude de sua imortalidade.
Outra coisa, além disso, pode considerar-se em ambas – Eva e Maria – digna de admiração. Eva trouxe ao gênero humano uma causa de morte, por ela a morte entrou no orbe da terra; Maria trouxe uma causa de vida, por ela a Vida se estendeu a nós. Pois o Filho de Deus veio a este mundo, para que” onde abundara o delito, superabundasse a graça” (Rm 5,20). Onde a morte havia chegado, chegou a vida, para” tomar seu lugar; e aquele mesmo que nasceu da mulher para ser nossa Vida haveria de expulsar a morte, introduzida pela mulher.
Quando ainda virgem, no paraíso, Eva desagradou a Deus, por sua desobediência. Por isso mesmo, emanou da Virgem a obediência própria da graça, depois que se anunciou o advento do Verbo revestido de corpo, o advento da eterna Vida do Céu.

Os exercicios espirituais de S Inacio de Loyola

Santo Inácio de Loyola
Ano 1548. O jovem Duque de Gandìa (Espanha), Francisco Borgia, bisneto do Papa Alexandre VI faz chegar ao Pontífice Paulo III um particular pedido: a aprovação pontifícia do livreto dos Exercícios Espirituais, escrito por Inácio de Loyola, superior e fundador da Companhia de Jesus, que o mesmo Papa tinha aprovado oito anos antes.

Inácio e seus Companheiros já davam estes Exercícios, com excelentes frutos espirituais. Mas, por causa deles, Inácio já tinha ficado preso duas vezes em Alcal e Salamanca, vítima das suspeitas da Inquisição, que no tempo da Reforma Protestante olhava com desconfiança qualquer novo movimento espiritual.
A resposta do Papa chegou no dia 31 de julho de 1548: “Feito examinar tais Exercícios e ouvidas também testemunhas e relatórios favoráveis [...] constatamos que ditos Exercícios estão cheios de piedade e santidade, e são e serão muito úteis para o progresso espiritual dos fiéis. Ademais é nosso dever reconhecer que Inácio e a Companhia por ele fundada vão recolhendo frutos abundantes de bem em toda a Igreja; e de tudo isso muito mérito é dos Exercícios Espirituais. Por isso [...] exortamos os fiéis de ambos os sexos, em qualquer lugar do mundo, para usufruir dos benefícios destes Exercícios e se deixar educar por eles.” Durante os séculos, outras seguiram a esta primeira solene aprovação de Paulo III.
Em nosso século, os maiores elogios vieram particularmente de Pio XI, Pio XII e Paulo VI. O papa Pio XI, em 1922, declarou santo Inácio de Loyola Padroeiro de todos os Exercícios Espirituais, e na Encíclica Mens nostra de 1929 trata de modo magistral os Exercícios inacianos, evidenciando a profundidade da doutrina e a segurança do método ascético.
Paulo VI, aluno dos jesuítas, assim escrevia em 1965: “Sabemos que a pregação mais eficaz é mesmo aquela dos Exercícios Espirituais.” E precisava: “Ai de nós se os Exercícios espirituais, por terem aquele paradigma maravilhoso e magistral que S. Inácio deixou, se tornassem uma repetição formal e, diria, preguiçosa deste esquema [...] Temos que ampliar esta fonte de salvação e de energia espiritual, precisamos torná-la possível a todas as categorias”.

O PENSAMENTO DE SANTO INÁCIO DE LOYOLA

Assim – de Veneza – escrevia o santo ao seu amigo e confessor Emanuele Miona (16 de novembro de 1536): “Não conheço nesta minha vida outro meio para pagar uma parte de minha dívida convosco senão aquele de vos fazer praticar os Exercícios Espirituais de um mês. [...]OS Exercícios são, sem dúvida, quanto de melhor eu possa conceber, conhecer e compreender nesta vida, seja pelo progresso pessoal de um homem, seja pelos frutos, a ajuda e o proveito que ele pode causar a muitos outros”.
Santo Inácio considerava os Exercícios não como “sua obra”, mas como um dom de Deus para toda a Igreja. Os Exercícios não foram estudados e feitos na mesinha, mas experimentados em seu ermo de Manresa onde passou um ano inteiro como asceta e penitente, e onde ? como ele escreve em sua Autobiografia – “Deus se comportava com ele como um professor de escola com uma criança: o instruía” (Autob. 27).
Isso o levava a precisar que os Exercícios fossem “feitos” e não lidos. Não queria então que o livrinho dos Exercícios estivesse na mão de todos, porque pouco se ganha com a simples leitura. Nem queria demoradas explicações por parte daquele que dava os Exercícios. Os pontos de meditação deviam ser breves, porque vale mais o que a alma descobre por si mesma, do que uma longa explicação didática.
COMO SE DESENROLAM OS EXERCÍCIOS INACIANOS
Lembramos antes de tudo que os Exercícios Espirituais não são um tempo de estudo o uma simples concentração e oração. São busca: ” Como o passear, o caminhar, o correr são exercícios físicos, assim se chamam Exercícios Espirituais todo modo de preparar e dispor a alma em tirar todos os afetos desordenados e, após tê-los tirados, procurar e achar a vontade de Deus na disposição de própria vida, para a salvação da própria alma” (Es. Sp.Ann.1).
Casa de Exercícios dos Jesuítas em Altavilla Milícia (Palermo)
A finalidade fica clara: esforçar-se ordenar sua vida segundo o projeto de Deus. Eis o modo de proceder.
S. Inácio recomenda antes de mais nada, fazer os Exercícios Espirituais num lugar diferente do próprio ambiente costumeiro. Por isso os jesuítas deram vida às chamadas “Casas de Exercícios”, organizadas em modo de permitir aquela concentração, aquele “deserto” também exterior, aquele “silêncio” que facilite a ação da Graça em nós.
Começa-se com u ma consideração fundamental (S. Inácio chama de “Princípio e fundamento “): para que finalidade Deus nos criou? A razão. Iluminada pela fé, dá a resposta: o homem foi criado por Deus e para Deus. Todo bem foi colocado a disposição do homem para que o auxilie a conseguir esta finalidade. Por isso, precisa o homem fazer disso um uso razoável. Precisamos assim adquirir liberdade de espírito e um perfeito controle de nossos instintos, por meio daquela que Inácio chama de “indiferença”, que não é apatia, mas autocontrole e equilíbrio espiritual.
Feito isso, Inácio passa aos Exercícios verdadeiros, que ele divide em quatro semanas , entendidos come assuntos a tratar e não segundo o número dos dias.
São assim 4 etapas, que podemos lembrar com quatro tradicionais palavras latinas, cada qual expressa a finalidade.
Iª Semana (etapa): “Deformata reformare” . Eliminar da alma as deformações causadas pelo pecado. E’ um modo de se conhecer a nós mesmos e a grave desordem criada pelo pecado em nossa vida, além do perigo de danação ao que fomos expostos! Para não cair na desconfiança, Inácio nos faz contemplar a imagem do Salvador Crucificado, morto para nos salvar da morte eterna.
IIª Semana (etapa): “Reformata conformare”. Somos convidados a nos revestir do Cristo e de sua armadura. O homem “reformado” deve “se conformar” ao Cristo: pobre como ele; ardente de amor para o Pai e os irmãos. É o tempo da “reforma” ou da opção do estado de vida: como eu, na prática, preciso seguir Cristo?
IIIª Semana (etapa): “Conformata confirmare”. Isto é, fortalecer os propósitos de adesão a Cristo,por meio da contemplação de Aquele que foi obediente até a morte na cruz. O grito do Filho: “Pai, se for possível, afasta de mim este cálice”, precisa continuamente nos relembrar a segunda parte desta súplica: “Mas não a minha, e sim a tua vontade seja feita”. Nesta etapa nos confirmamos nas decisões tomadas.
IVª Semana (etapa): “Confirmata transformare” . “Eu não morro: entro na vida”, escreveu S. Teresa de Lisieux ouço antes de morrer. E, de fato, a Igreja canta: “Vita mutatir, non tollitur”, isto é, “a vida não é tirada com a morte, e sim transformada”. A morte de Jesus na cruz coincidiu com o começo do Cristianismo. “Quem perde sua vida por causa de mim, a encontrará”, diz Jesus no Evangelho. E a vida do Ressuscitado é a esperança de quem faz os Exercícios nesta etapa final.
No fim dos Exercícios, S. Inácio propõe uma maravilhosa contemplação para alcançar o Amor puro de Deus (chamada “contemplatio ad amorem”). Com o pensamento se volta à Criação e à Redenção, para descobrir como e quanto Deus nos ame! E a lama fica com um único desejo que se expressa na oração: “Oh Senhor, dá-me teu amor e tua graça: isto me basta!
Atualidade dos Exercícios Espirituais
Hoje o mundo gosta de barulho, não do silêncio e do recolhimento; quer estar livre de leis e disciplinas. Podemos ainda falar de “busca da vontade de Deus na disposição de nossa vida?”
Em 1967 os Bispos do Triveneto escreveram uma carta sobre “Validade dos Exercícios Espirituais” , e recomendaram ” em perseverar neste apostolado que se revela cada dia mais precioso”. Sem excluir o empenho de experimentar formas que se adaptam aos nossos dias, insistimos “sobre a clássica estrutura dos Exercícios inacianos, tão válida e providencial em seu clima de reflexão e de profundo silêncio” (Pietro Schiavone s.j., Il Progetto Del Padre, pp.12-13).
Os Exercícios são um “carisma”: um dom de Deus à Igreja,para sua edificação e renovação, e a experiência de inúmeras pessoas que também hoje se beneficiam é a prova que o Espírito Santo continua iluminando as almas através dos Exercícios.
Concluímos com estas palavras de Paulo VI, “A prática dos Exercícios constitui não somente uma pausa tonificante e revigorante para o espírito, no meio das dissipações da barulhenta vida moderna, mas também uma escola ainda hoje insubstituível para introduzir as almas numa maior intimidade com Deus, no amor à virtude e à ciência verdadeira da vida, como dom de Deus e como resposta ao seu chamado.
Exercícios espirituais escritos por Santo Inácio de Loyola

Os exercicios espirituais de S Inacio de Loyola

Santo Inácio de Loyola
Ano 1548. O jovem Duque de Gandìa (Espanha), Francisco Borgia, bisneto do Papa Alexandre VI faz chegar ao Pontífice Paulo III um particular pedido: a aprovação pontifícia do livreto dos Exercícios Espirituais, escrito por Inácio de Loyola, superior e fundador da Companhia de Jesus, que o mesmo Papa tinha aprovado oito anos antes.

Inácio e seus Companheiros já davam estes Exercícios, com excelentes frutos espirituais. Mas, por causa deles, Inácio já tinha ficado preso duas vezes em Alcal e Salamanca, vítima das suspeitas da Inquisição, que no tempo da Reforma Protestante olhava com desconfiança qualquer novo movimento espiritual.
A resposta do Papa chegou no dia 31 de julho de 1548: “Feito examinar tais Exercícios e ouvidas também testemunhas e relatórios favoráveis [...] constatamos que ditos Exercícios estão cheios de piedade e santidade, e são e serão muito úteis para o progresso espiritual dos fiéis. Ademais é nosso dever reconhecer que Inácio e a Companhia por ele fundada vão recolhendo frutos abundantes de bem em toda a Igreja; e de tudo isso muito mérito é dos Exercícios Espirituais. Por isso [...] exortamos os fiéis de ambos os sexos, em qualquer lugar do mundo, para usufruir dos benefícios destes Exercícios e se deixar educar por eles.” Durante os séculos, outras seguiram a esta primeira solene aprovação de Paulo III.
Em nosso século, os maiores elogios vieram particularmente de Pio XI, Pio XII e Paulo VI. O papa Pio XI, em 1922, declarou santo Inácio de Loyola Padroeiro de todos os Exercícios Espirituais, e na Encíclica Mens nostra de 1929 trata de modo magistral os Exercícios inacianos, evidenciando a profundidade da doutrina e a segurança do método ascético.
Paulo VI, aluno dos jesuítas, assim escrevia em 1965: “Sabemos que a pregação mais eficaz é mesmo aquela dos Exercícios Espirituais.” E precisava: “Ai de nós se os Exercícios espirituais, por terem aquele paradigma maravilhoso e magistral que S. Inácio deixou, se tornassem uma repetição formal e, diria, preguiçosa deste esquema [...] Temos que ampliar esta fonte de salvação e de energia espiritual, precisamos torná-la possível a todas as categorias”.

O PENSAMENTO DE SANTO INÁCIO DE LOYOLA

Assim – de Veneza – escrevia o santo ao seu amigo e confessor Emanuele Miona (16 de novembro de 1536): “Não conheço nesta minha vida outro meio para pagar uma parte de minha dívida convosco senão aquele de vos fazer praticar os Exercícios Espirituais de um mês. [...]OS Exercícios são, sem dúvida, quanto de melhor eu possa conceber, conhecer e compreender nesta vida, seja pelo progresso pessoal de um homem, seja pelos frutos, a ajuda e o proveito que ele pode causar a muitos outros”.
Santo Inácio considerava os Exercícios não como “sua obra”, mas como um dom de Deus para toda a Igreja. Os Exercícios não foram estudados e feitos na mesinha, mas experimentados em seu ermo de Manresa onde passou um ano inteiro como asceta e penitente, e onde ? como ele escreve em sua Autobiografia – “Deus se comportava com ele como um professor de escola com uma criança: o instruía” (Autob. 27).
Isso o levava a precisar que os Exercícios fossem “feitos” e não lidos. Não queria então que o livrinho dos Exercícios estivesse na mão de todos, porque pouco se ganha com a simples leitura. Nem queria demoradas explicações por parte daquele que dava os Exercícios. Os pontos de meditação deviam ser breves, porque vale mais o que a alma descobre por si mesma, do que uma longa explicação didática.
COMO SE DESENROLAM OS EXERCÍCIOS INACIANOS
Lembramos antes de tudo que os Exercícios Espirituais não são um tempo de estudo o uma simples concentração e oração. São busca: ” Como o passear, o caminhar, o correr são exercícios físicos, assim se chamam Exercícios Espirituais todo modo de preparar e dispor a alma em tirar todos os afetos desordenados e, após tê-los tirados, procurar e achar a vontade de Deus na disposição de própria vida, para a salvação da própria alma” (Es. Sp.Ann.1).
Casa de Exercícios dos Jesuítas em Altavilla Milícia (Palermo)
A finalidade fica clara: esforçar-se ordenar sua vida segundo o projeto de Deus. Eis o modo de proceder.
S. Inácio recomenda antes de mais nada, fazer os Exercícios Espirituais num lugar diferente do próprio ambiente costumeiro. Por isso os jesuítas deram vida às chamadas “Casas de Exercícios”, organizadas em modo de permitir aquela concentração, aquele “deserto” também exterior, aquele “silêncio” que facilite a ação da Graça em nós.
Começa-se com u ma consideração fundamental (S. Inácio chama de “Princípio e fundamento “): para que finalidade Deus nos criou? A razão. Iluminada pela fé, dá a resposta: o homem foi criado por Deus e para Deus. Todo bem foi colocado a disposição do homem para que o auxilie a conseguir esta finalidade. Por isso, precisa o homem fazer disso um uso razoável. Precisamos assim adquirir liberdade de espírito e um perfeito controle de nossos instintos, por meio daquela que Inácio chama de “indiferença”, que não é apatia, mas autocontrole e equilíbrio espiritual.
Feito isso, Inácio passa aos Exercícios verdadeiros, que ele divide em quatro semanas , entendidos come assuntos a tratar e não segundo o número dos dias.
São assim 4 etapas, que podemos lembrar com quatro tradicionais palavras latinas, cada qual expressa a finalidade.
Iª Semana (etapa): “Deformata reformare” . Eliminar da alma as deformações causadas pelo pecado. E’ um modo de se conhecer a nós mesmos e a grave desordem criada pelo pecado em nossa vida, além do perigo de danação ao que fomos expostos! Para não cair na desconfiança, Inácio nos faz contemplar a imagem do Salvador Crucificado, morto para nos salvar da morte eterna.
IIª Semana (etapa): “Reformata conformare”. Somos convidados a nos revestir do Cristo e de sua armadura. O homem “reformado” deve “se conformar” ao Cristo: pobre como ele; ardente de amor para o Pai e os irmãos. É o tempo da “reforma” ou da opção do estado de vida: como eu, na prática, preciso seguir Cristo?
IIIª Semana (etapa): “Conformata confirmare”. Isto é, fortalecer os propósitos de adesão a Cristo,por meio da contemplação de Aquele que foi obediente até a morte na cruz. O grito do Filho: “Pai, se for possível, afasta de mim este cálice”, precisa continuamente nos relembrar a segunda parte desta súplica: “Mas não a minha, e sim a tua vontade seja feita”. Nesta etapa nos confirmamos nas decisões tomadas.
IVª Semana (etapa): “Confirmata transformare” . “Eu não morro: entro na vida”, escreveu S. Teresa de Lisieux ouço antes de morrer. E, de fato, a Igreja canta: “Vita mutatir, non tollitur”, isto é, “a vida não é tirada com a morte, e sim transformada”. A morte de Jesus na cruz coincidiu com o começo do Cristianismo. “Quem perde sua vida por causa de mim, a encontrará”, diz Jesus no Evangelho. E a vida do Ressuscitado é a esperança de quem faz os Exercícios nesta etapa final.
No fim dos Exercícios, S. Inácio propõe uma maravilhosa contemplação para alcançar o Amor puro de Deus (chamada “contemplatio ad amorem”). Com o pensamento se volta à Criação e à Redenção, para descobrir como e quanto Deus nos ame! E a lama fica com um único desejo que se expressa na oração: “Oh Senhor, dá-me teu amor e tua graça: isto me basta!
Atualidade dos Exercícios Espirituais
Hoje o mundo gosta de barulho, não do silêncio e do recolhimento; quer estar livre de leis e disciplinas. Podemos ainda falar de “busca da vontade de Deus na disposição de nossa vida?”
Em 1967 os Bispos do Triveneto escreveram uma carta sobre “Validade dos Exercícios Espirituais” , e recomendaram ” em perseverar neste apostolado que se revela cada dia mais precioso”. Sem excluir o empenho de experimentar formas que se adaptam aos nossos dias, insistimos “sobre a clássica estrutura dos Exercícios inacianos, tão válida e providencial em seu clima de reflexão e de profundo silêncio” (Pietro Schiavone s.j., Il Progetto Del Padre, pp.12-13).
Os Exercícios são um “carisma”: um dom de Deus à Igreja,para sua edificação e renovação, e a experiência de inúmeras pessoas que também hoje se beneficiam é a prova que o Espírito Santo continua iluminando as almas através dos Exercícios.
Concluímos com estas palavras de Paulo VI, “A prática dos Exercícios constitui não somente uma pausa tonificante e revigorante para o espírito, no meio das dissipações da barulhenta vida moderna, mas também uma escola ainda hoje insubstituível para introduzir as almas numa maior intimidade com Deus, no amor à virtude e à ciência verdadeira da vida, como dom de Deus e como resposta ao seu chamado.
Exercícios espirituais escritos por Santo Inácio de Loyola

beatificação de João Paulo II

Bento XVII diz: João Paulo II se doou sem reservas.
ROMA, 18 Jan. 11 / 09:46 am – A beatificação do servo de Deus João Paulo II que o Papa Bento XVI presidirá no próximo 1º de maio será histórica porque nos últimos dez séculos nenhum pontífice tinha elevado aos altares a seu predecessor imediato.
O diretor do jornal vaticano L’Osservatore Romano, Giovanni Maria Vian, assinala na edição de 16 de janeiro que “é necessário voltar até o coração da idade Média para encontrar uma situação análoga, mas em contexto não se pode comparar com a decisão de Bento XVI: nos últimos dez séculos nenhum Papa elevou às honras dos altares a seu imediato predecessor”.
Vian explica que “Pietro del Morrone (Celestino V) foi canonizado em 1313 -menos de vinte anos após a sua morte- por seu terceiro sucessor, e mais de dois séculos antes havia sido reconhecida a santidade de Leão IX e de Gregório VI, falecidos em 1054 e 1085 respectivamente”.
Depois de recordar que o último Papa canonizado foi São Pio X, o diretor do LOR recorda que o fundamental em toda causa de beatificação e canonização “é exclusivamente a exemplaridade de vida de quem, com expressão escriturística, está definido para o serviço de Deus”.

Como disse Paulo VI ao anunciar a abertura da causa de seus dois predecessores imediatos, João XXIII e Pio XII, isto assegura que se mantenha “o patrimônio de sua herança espiritual” à margem de “qualquer outro motivo, que não seja o culto da verdadeira santidade, quer dizer, a glória de Deus e a edificação de sua Igreja”.
“E um autêntico servidor de Deus foi Karol Wojtyla, apaixonado testemunho de Cristo para a juventude até o último suspiro. Disto, muitíssimos, inclusive não-católicos e não-cristãos, puderam perceber durante sua vida exemplar”.
Por tudo isto e muito mais, conclui Vian, Bento XVI decidiu presidir a beatificação do Papa peregrino “para apresentar ao mundo o modelo de santidade pessoal de João Paulo II”.
Venerável João Paulo II. Rogai por nós

Simbolos e brasões da igreja, o que significam?

Visitando as catacumbas, no subsolo da cidade de Roma, o peregrino não pode deixar de sentir um misto de assombro e reverente curiosidade ao percorrer os lugares onde os primeiros cristãos se ocultavam das perseguições que lhe moviam os imperadores pagãos.
Ali ele esquadrinha com os olhos as antigas inscrições e as toscas pinturas, procurando imaginar o que sentiam, o que pensavam, e como teriam ali vivido esses nossos ancestrais na fé. Passa lentamente a mão sobre as pedras e, de repente, depara-se com algo gravado em relevo. Trata-se do desenho de um pequeno peixe, rudemente traçado, mas sem dúvida um peixe

Qual é o seu significado?

A palavra peixe em grego se dizia “ichthyos” (ΙΧθΥΣ), mas entre os primeiros cristãos era usada como um anagrama, pois suas cinco letras eram também a abreviação da frase: Iesous Christos Theou Yios Soter (Jesus Cristo Filho de Deus, Salvador). A figura tinha, ademais, um significado místico, porque, como os peixes, também os cristãos eram “nascidos nas águas“.
Tratava-se, pois, de um dos primeiros símbolos criados para representar realidades da fé e da vida cristãs.

Com efeito, toda instituição sadia que se forma ou adquire uma personalidade própria, tem como uma de suas primordiais preocupações desenvolver símbolos que a caracterizem e distingam das demais. E uma das manifestações da riqueza e força espirituais da Igreja Católica é a fecundidade em traduzir numa exuberante coleção de símbolos o universo sobrenatural que ela contém.
Acima de todos, sem dúvida, está a própria Cruz, sinal por excelência instituído pelo próprio Salvador que nela quis derramar todo o seu Preciosíssimo Sangue para nossa redenção. No entanto, é espantosamente grande o número dos símbolos cristãos, como grande é a quantidade de carismas e vocações dentro da Igreja.

Brasões eclesiásticos

Um capítulo particularmente interessante dessa história é o da heráldica eclesiástica.
Brasão do Cardeal Claudio Hummes, Arce-Bispo de São PauloDenomina-se heráldica o estudo dos brasões cujos significados, regras e convenções foram se sedimentando desde meados da Idade Média. Na heráldica eclesiástica, os brasões se dividem em duas categorias: pessoais, por exemplo, o de um bispo ou de um abade; e impessoais, como o de uma ordem ou de uma associação religiosa.
Cada família nobre européia possuía seu brasão. Tornou-se comum que bispos também o possuíssem, pois pertenciam a uma nobreza espiritual, a título de sucessores dos Apóstolos. Até os dias de hoje, depois de ordenado, o novo bispo deve definir como será o seu.
Os brasões medievais eram muitas vezes encimados por um elmo, que indicava a origem guerreira daquele ramo nobiliárquico. Aos religiosos, emissários da paz, não ficaria bem o elmo da guerra, razão pela qual os brasões episcopais têm em seu topo o “chapéu do peregrino“.
Os Brasões Cardinalícios, Patriarcais, Arquiepiscopais e Episcopais não apresentam diferenças substanciais, mas detêm traços diferenciativos, além é claro dos elementos próprios que cada Bispo insere no escudo.
Como reconhecê-los simplesmente admirando sua beleza? Um católico atento, ao observar a presença de um brasão poderá distinguir o grau hierárquico ou de honra do seu detentor.
Brasão Cardinalício
Brasão Cardinalício
O Brasão Cardinalício é representado com o chapéu prelatício, cordões e borlas em vermelho púrpura, a cor do martírio presente na imposição do Barrete sobre o novo príncipe dos apóstolos. As borlas cardinalícias são no número de 30, sendo 15 de cada lado, dispostas em cinco ordens de 1, 2, 3, 4, 5. O Brasão Patriarcal e Arquiepiscopal também possuem 30 borlas, dispostas da mesma forma que o Brasão de um Cardeal, mas ambos possuem o chapéu prelatício, cordões e borlas na cor verde. Por sua vez, o Brasão Episcopal, que sendo também com a parte externa na cor verde, mas com 12 borlas, 6 de cada lado, dispostas em 1, 2, 3.
Cruz Patriarcal
Cruz Patriarcal
Outro elemento diferenciativo é a Cruz. Nos Brasões Cardinalícios, Patriarcais e Arquiepiscopais (e dos Legados Pontifícios) usa-se a Cruz Patriarcal, ou seja, a Cruz com 2 traves (ou com 4 pontas), enquanto os Brasões Episcopais usa-se a Cruz de uma trave (2 pontas) ou Cruz do Calvário.
Os brasões eclesiásticos são ornados por borlas. Pendentes simetricamente dos dois lados do chapéu, elas indicam, por suas cores e número, o grau de hierarquia. Assim, um cardeal tem trinta borlas vermelhas, um arcebispo vinte verdes, e um bispo doze, também verdes.

Oito séculos da história dos Papas

Brasão do Papa João XXIII
Brasão do Papa João XXIII
O brasão pontifício é o único que possui a tríplice coroa chamada “tiara“. No início, era apenas um tipo de barrete fechado. Em 1130 foi acrescido de uma coroa, símbolo de soberania sobre os Estados da Igreja. Bonifácio VIII, em 1301, acrescentou uma segunda coroa, na época do confronto com o Rei da França, Filipe o Belo, provavelmente para representar a autoridade papal em face da temporal. E Bento XII acrescentou em 1342 uma terceira coroa, para significar a autoridade moral do Papa sobre todos os monarcas.
Com o tempo, tendo perdido seus significados de caráter temporal, a tiara de prata permaneceu com as três coroas de ouro, para representar os três poderes do Sumo Pontífice: de Ordem sagrada, de Jurisdição e de Magistério.
Saindo pelos dois lados do escudo, figuram a chaves pontifícias, uma em ouro, outra em prata. Simbolizam a esfera espiritual e a temporal, e lembram o “poder das chaves” dado por Jesus a Pedro e seus sucessores: “Dar-te-ei as chaves do reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado no céu, e tudo o que desligares na terra, será desligado no céu” (Mt 16,19).
Brasão do Papa João Paulo II
Brasão do Papa João Paulo II
Ao analisar a série de brasões pontifícios elaborados ao longo de quase oito séculos, podemos descobrir traços da história dos papas que os usaram, o que equivale a dizer parte significativa da história da própria Igreja. Por exemplo, São Pio X, João XXIII e João Paulo I foram Patriarcas de Veneza. Os brasões dos três documentam esse fato, estampando o leão alado de São Marcos, símbolo dessa maravilhosa cidade.
João Paulo II, papa profundamente mariano, quis fazer em seu escudo uma referência formal a seu afetuoso e filial ato de entrega à Santíssima Virgem Maria: nele fez gravar um grande “M”, tendo abaixo a frase “Totus Tuus” – “Todo Vosso”.

O Brasão de Bento XVI

O brasão do Papa Bento XVI é rico em significados, vários dos quais vêm de seu tempo de arcebispo e de cardeal, se bem que ordenados de modo diverso na nova composição. No campo central, em vermelho, vê-se uma grande concha dourada. Recorda ela a lenda segundo a qual Santo Agostinho encontrou na praia um menino que com uma concha procurava transferir a água do mar para um buraco cavado na areia, símbolo do vão esforço de procurar fazer entrar na limitada mente humana o mistério da Santíssima Trindade.
Na parte do escudo denominada “capa” encontram-se também dois símbolos provenientes da tradição da Baviera, introduzidos em 1977 no brasão arquiepiscopal de Joseph Ratzinger. No ângulo direito (à esquerda de quem olha), está uma cabeça de mouro, que é o antigo símbolo da Diocese de Freising. No ângulo superior esquerdo está representado um urso carregando um fardo.
Segundo uma antiga tradição, o primeiro Bispo de Freising, São Corbiniano, ao atravessar uma floresta, foi atacado por um urso que lhe devorou o cavalo. O Santo aplacou a fera e a fez carregar até Roma sua bagagem.
* * *
Analisar a sucessão dos símbolos cristãos ao longo dos séculos é fazer um interessante estudo da história da própria Igreja. Cada geração acrescenta um novo elo a essa cadeia ininterrupta, iniciada pelo próprio Cristo Senhor Nosso. Desde a antiqüíssima figura do peixe, gravada numa pedra já quase desfeita, até o brasão de um bispo recém-ordenado, todos fazem parte da mesma história desta Igreja peregrina e imortal, que sem cessar se renova ao sopro do Espírito Santo.
Renova-se como uma grande e saudável árvore cujas raízes estão solidamente plantadas no fértil solo do passado, e cujos novos ramos se multiplicam possantes e verdejantes, voltados para o céu, para o futuro.

17/01/2011

catacumbas romanas

Importância das           Catacumbas para a fé Cristã :

Após uma visita virtual ou real às Catacumbas cristãs de Roma, perguntar-se: qual é a importância das Catacumbas cristãs de Roma sob o aspecto histórico e arqueológico, e qual a sua importância religiosa e espiritual?
A primeira e mais imediata impressão é que as Catacumbas são a prova histórica de que a Igreja das origens foi uma Igreja de mártires. Estes foram muitíssimos, e as Catacumbas conservaram o seu testemunho. Propomo-nos aprofundar, neste “caminho”, a questão do número dos mártires romanos, do significado do martírio, das causas das perseguições e do seu desenvolvimento.
Outro aspecto importante das Catacumbas é o testemunho que dá sobre a vida da Igreja primitiva, a continuidade da nossa fé em relação a dos primeiros séculos, a sua espiritualidade, e a atração que exerceram sobre os cristãos no decorrer dos séculos.
” Visitando esses monumentos, entra-se em contato com sugestivas marcas do Cristianismo dos primeiros séculos e pode-se, por assim dizer, tocar com as mãos, a fé que animava aquelas antigas Comunidades cristãs. Percorrendo as galerias das catacumbas, descobrem-se não poucos sinais da iconografia da fé: o peixe,a âncora, imagem da esperança; a pomba,“In Cristo”. Constituem outros tantos testemunhos do fervor espiritual que animava as primeiras gerações cristãs. Aproximando-se daquele mundo, os cristãos de hoje possam tirar encorajamentos úteis para suas vidas e para um mais incisivo empenho na nova evangelização ” ( papa João Paulo II)

Não se sabe o numero exato dos  mártires
Os historiadores pensam que foram, aproximadamente, alguns milhares; as Atas dos Mártires, que são os protocolos judiciários dos processos aos cristãos, conservaram-nos a lembrança de muitos mártires, mas não podemos tirar delas a sua lista completa. Segundo Tácito, na grande perseguição desencadeada por Nero, eles foram uma «ingens multitudo». Clemente de Roma fala de «uma grande multidão de eleitos». O martirológio de Jeronimo enumera bem 979. Cipriano, em seguida, escreverá que «o povo dos mártires foi incalculável» («martyrum innumerabilis populus»).
Será, porém, nas Catacumbas, que encontraremos o testemunho dos mártires, mais do que nos escritores cristãos do tempo, Catacumbas às quais estava ligado o culto dos mártires.
Acenemos brevemente aos mártires mais conhecidos das Catacumbas romanas abertas ao público. Só nas Catacumbas de Calisto foram sepultados bem 46 mártires, conhecidos pelo nome.
Entre eles os bispos mártires:
Zeferino, Ponciano, Fabiano, Sisto II, Eusébio, Cornélio; os quatro diáconos do bispo Sisto II, Cecília, Sótere, Marcos e Marceliano, Calógero e Partênio, Cereal e Salústio, Tarcísio, etc.
Em Domitila os mártires:
Nereu e Aquiles; em San Sebastiano, o próprio titular da Catacumba e Máximo; em Priscila, os mártires Feliz e Filipe, Marcelino bispo, Crescencião, Prisca, Paulo, Mauro, Simétrio e seus muitos companheiros; em Agnese, a adolescente mártir, que dá nome à Catacumba, e Emerenciana.
Outras Catacumbas, situadas ao longo das vias consulares, conservam a lembrança de numerosos mártires.
Aos mártires conhecidos pelo nome e venerados na Igreja dos primeiros séculos, devemos acrescentar um número certamente muito maior dos desconhecidos, que foram sepultados nas Catacumbas.
Os mártires pertencem a toda categoria de idade, sexo, proveniência social, profissão e cultura.
Eles são modelos para os cristãos de qualquer lugar e de qualquer época. São as testemunhas de uma fé invencível, de uma fidelidade total a Cristo confirmada com a oferta da própria vida.
A importância e o valor ecumênico do martírio na Igreja das origens, como também na Igreja do nosso tempo, deve ser ressaltada, «A Igreja do primeiro milênio nasceu do sangue dos mártires: “Sanguis martyrum semen christianorum” (Tertuliano).
Os acontecimentos históricos ligados à figura de Constantino o Grande jamais teriam garantido o desenvolvimento da Igreja, verificado no primeiro milênio, se não houvesse a semeadura de mártires e o patrimônio de santidade que caracterizaram as primeiras gerações cristãs.
É um testemunho que não deve ser esquecido. A Igreja dos primeiros séculos, embora com notáveis dificuldades organizativas, preocupou-se em fixar em martirológios especiais o testemunho dos mártires. Esses martirológios foram atualizados constantemente ao longo dos séculos, freqüentemente ignorados, como “soldados desconhecidos” da grande causa de Cristã, É preciso que as Igrejas façam de tudo para não deixar perecer a memória de quantos padeceram o martírio, Isso poderá ter também um grande respiro e eloquência ecumênica.
O ecumenismo dos santos, dos mártires, talvez, seja o mais convincente». As perseguições e suas causas.
Desde sua origem, o cristianismo difundiu-se rapidamente em todo o império romano, exercendo um fascínio irresistível em todas as classes sociais.
Ele propunha, com efeito, um estilo de vida novo, fundado na liberdade e no amor: estilo que se diferencia radicalmente daquele da sociedade e da religião romanas.
Quantas foram as perseguições e quanto tempo duraram?
A primeira grande perseguição durou quatro anos, desde o incêndio de Roma de 19 de julho de 64 até 9 de junho de 68, morte de Nero.
Seguiu-se um período de mais ou menos três anos de completa tranqüilidade.
Domiciano (81-96), que tinha acentuado o culto do imperador, desencadeou uma breve perseguição nos últimos dois anos.
No segundo século estourou uma nova perseguição sob Trajano (98-117), devido à proibição de criar sociedades que não fossem autorizadas (as “hetérias”).
A quarta grande perseguição aconteceu no tempo de Marco Aurélio (161-180), quando o império foi afligido por carestias e pestilências e ameaçado pelos bárbaros.
Os cristãos foram acusados de todas essas calamidades. Iniciando o terceiro século, sob Setímio Severo (193-211) deram-se outros fenômenos de perseguição desencadeados pelo furor popular contra os cristãos, declarados inimigos públicos e acusados de lesa majestade.
Não parece, contudo, que o imperador tenha publicado qualquer edito de perseguição.
Uma perseguição de natureza mais política e pessoal que religiosa foi ordenada por Maximino Trace (235-238), que se enfureceu contra os que apoiavam o seu predecessor Alexandre Severo, entre os quais muitos cristãos,.
Em 244 assumiu o poder imperial o cristão M. Júlio Filipe (244-249), que nos cinco anos de reinado se opôs decididamente aos ambientes mais intransigentes do paganismo e ao fanatismo das multidões.
Foi, por isso, odiado e desprezado por eles como traidor da religião e da tradição pagãs. Seu adversário Décio (249-251) praticou uma política de restauração da antiga religião nacional romana. Com um edito de 249-50 ordenou que todos os súditos do império oferecessem publicamente um sacrifício propiciatório (uma “supplicatio”) aos deuses da pátria.
Uma das primeiras vítimas foi o bispo Fabiano. A perseguição foi breve, mas muito intensa e geral. O sucessor de Décio, Treboniano Galo (251-253), por ocasião de uma nova grave peste que devastou todo o império, ordenou sacrifícios expiatórios (holocausto), dos quais os cristãos não podiam participar, desencadeando, como reação, o ódio e o furor do povo.
No tempo de Valeriano (253-260) a perseguição, de individual e limitada em determinadas regiões, tornou-se coletiva e geral; ou seja, o cristianismo foi perseguido em todo o império como igreja, como hierarquia, como estrutura.
Foi imposto o fechamento dos edifícios sacros, o confisco dos cemitérios (edito de 257), a pena de morte para os chefes religiosos (bispos, e diáconos); a perda da dignidade e o confisco dos bens para todos os demais cristãos (edito de 258).
A perseguição cessou substancialmente no ano seguinte, com a captura do imperador na guerra persa (259), mas foi retomada de forma violenta e generalizada por Diocleciano e Galério nos inícios do século IV com os editos de 303 e 304. Estes impunham a destruição das igrejas, a entrega dos livros sacros e a ordem a todos os cristãos de sacrificar aos deuses, sob pena de condenação à morte.
Com o edito de tolerância de 311 e o edito de Milão de 313, cessaram as perseguições e foram concedidas à igreja plena liberdade de culto e a restituição dos bens eclesiásticos confiscados. A religião cristã foi abertamente reconhecida como “religio licita”, mas só em 394 o imperador Teodósio I obrigará o Senado a decretar a abolição do paganismo em todas as suas formas e, a partir daquele momento, o Cristianismo torna-se a religião oficial do império romano.
As Catacumbas fazem-nos reviver a vida da primitiva Roma cristã.
É verdade que as Catacumbas são apenas cemitérios, mas falam-nos com o testemunho histórico de um patrimônio riquíssimo de pinturas, esculturas, inscrições que ilustram os usos, os costumes, a vida dos antigos cristãos, a sua cultura, a sua fé. De fato, toda comunidade que vive, exprime-se e traduz a própria vida necessariamente em documentos escritos ou visuais.
Os cemitérios, em muitas civilizações, são lugares onde “objetiva-se” a interpretação da vida e da morte.
Assim, por exemplo, a maior parte do que conhecemos da cultura egípcia provém dos túmulos.
As Catacumbas não contam apenas a história das perseguições, do holocausto e do culto dos mártires; apresentam também com clareza a fé da Igreja apostólica e dos primeiros séculos.
A visita aos túmulos dos Apóstolos e às Catacumbas, memorial dos mártires, é um retorno às raízes, às fontes antigas da fé e da vida da Igreja dos primeiros séculos.
«As Catacumbas são o seu testemunho histórico. Elas foram definidas com razão como
«o berço do cristianismo e o arquivo da Igreja das origens».
Evidencia-se, na espiritualidade das Catacumbas” a fé da Igreja primitiva, sobretudo na centralidade de Cristo.
A espiritualidade das Catacumbas é cristocêntrica, sacramental, social, escatológica, bíblica, nova e transformadora. Ela não é só uma documentação da fé da Igreja primitiva, mas um estímulo forte a renovar pessoalmente a fé e o testemunho na vida pessoal.
Os peregrinos, que visitam todos os dias as Catacumbas, percebem o seu aspecto apologético e vêem a visita como uma verdadeira experiência espiritual.
São sobretudo os jovens que descobrem o valor religioso das Catacumbas.
As Catacumbas tiveram a pureza da fé dos primeiros cristãos, a oferta total de suas vidas, num lugar escuro e repelente, encontramos um lugar que irradia paz e graça, uma verdadeira e própria lição de vida, diante da coragem daqueles homens e mulheres, que revelam o segredo íntimo da espiritualidade da Igreja dos primeiros séculos em seu espírito jovial de conquista e martírio.
Esse é o motivo pelo qual desenvolveu-se desde o início o culto dos mártires. Os cristãos sentiram a necessidade de reunir-se junto de suas sepulturas para festejar o aniversário do martírio daqueles gloriosos soldados da fé.
Milhões de visitantes de todas as partes do mundo, ao longo dos séculos, fizeram uma peregrinação às Catacumbas cristãs de Roma, e pereceberam o humilde esplendor do primitivo testemunho cristão, acolhidos pelos mártires da Igreja e pelos inúmeros cristãos que testemunharam a própria fé na vida de todos os dias.
Os peregrinos vindos de todas as regiões do império: do Oriente, bispos ilustres como Inácio de Antioquia, Policarpo de Esmirna, Abércio de Gerápoles, e simples fiéis, porque todos – segundo João Crisóstomo – «olham para Roma com seus dois luminares Pedro e Paulo, cujos raios clareiam o mundo». As Catacumbas são ao longo dos séculos meta significativa de tantos peregrinos.
Não há, com efeito, lugar mais apto do que este para reafirmar e testemunhar a própria fé.
Mural de Fotos:







As catacumbas conservam, entre outras coisas, os túmulos dos primeiros mártires, testemunhas de uma fé límpida e muito sólida, que os levou, como «atletas de Deus», a vencer a prova suprema. Muitos sepulcros dos mártires ainda são conservados no interior das catacumbas e gerações de fiéis detiveram-se em oração diante deles. Também os peregrinos do Jubileu do Ano 2000 irão aos túmulos dos mártires e, elevando as orações aos antigos defensores da fé, hão-de voltar o seu pensamento para os «novos mártires», para os cristãos que, no passado não muito distante e também nos nossos dias, são submetidos a violências, injustiças, incompreensões porque querem permanecer fiéis a Cristo e ao seu Evangelho.
No silêncio das catacumbas, o peregrino do Ano 2000 pode reencontrar ou reavivar a própria identidade religiosa numa espécie de itinerário espiritual que, iniciando com os primeiros testemunhos da fé, o leva até às razões e às exigências da nova evangelização.
Caríssimos, a consciência destes valores há pouco acenados, mas que bem conheceis, vos sustente no vosso característico serviço eclesial e cultural. Para isto, enquanto invoco sobre vós a solícita assistência de Maria Santíssima, a todos concedo de coração uma especial Bênção Apostólica, que faço extensiva também às pessoas que vos são queridas.  PAPA JOÃO PAILO II